A realidade aumentada permite criar experiências que contribuem para um aumento do envolvimento e consequentemente para a fidelização dos consumidores com as marcas. Sendo a realidade aumentada uma tecnologia que permite interagir, envolver e criar conexões emocionais, tirar partido dela acaba por ser uma ferramenta que muitas marcas pretendem explorar.
Recentemente tenho vindo a trabalhar nesta área, aplicando a tecnologia de realidade aumentada ao marketing e partilho convosco alguns dos benefícios e desafios que antevejo para que possamos tirar máximo partido das suas potencialidades.
Benefícios
- Posicionar a marca - ao utilizarmos realidade aumentada criando experiências estamos simultaneamente a posicionar a marca. Ou seja, acaba por ser uma iniciativa que junta o marketing estratégico ao operacional, e na realidade é assim que deve ser. Como? Posicionamento é o lugar que a nossa marca ou produto ocupam na mente do nosso cliente. Muitas marcas dizem ser inovadoras. Quem não quer ser? Mas uma coisa é ser, outra querer ser ou parecer ser. Tirar partido desta tecnologia pode ajudar a posicionar a nossa marca ou produto no quadrante da inovação da forma como comunica. Nada como ações práticas e projetos concretos para concretizar aquilo que dizemos que a nossa marca é, de facto.
- Acrescentar valor – Através da realidade aumentada temos oportunidade de acrescentar “layers” à realidade. E tal deve cumprir um objetivo. Pode ser um objetivo relacionado com a utilidade, como por exemplo, estarmos num supermercado e com a aplicação de realidade aumentada termos acesso a um mapa interativo que nos indica as direções para onde queremos ir. Ou de acesso a conteúdos exclusivos, como promoções, etc.
Desafios
- Criar conteúdos surpreendentes – Realidade aumentada não deve ser o mesmo do que ter um QR code que ao fazermos um scan nos remete para um vídeo. Para isso já existia tecnologia no mercado capaz para cumprir esse propósito. Para tirarmos realmente partido da realidade aumentada devemos pensar em ter de facto conteúdos surpreendentes, no sentido da exclusividade. Pensarmos em criar de raíz um conjunto de conteúdos aos quais os utilizadores só podem aceder através da aplicação. E estes conteúdos devem ser os mais estimulantes e sensoriais possíveis. Tal aproxima-nos uma vez mais do mundo dos jogos. Animações em 3D, efeitos visuais impactantes, filtros, vídeos interativos. Ou seja, o resultado final deve ser uma experiência sensorial, imersiva e contagiante.
- Comunicar a aplicação de realidade aumentada – Tal como aconteceu com os QR codes quando apareceram e depois as apps, existe sempre uma taxa de esforço associada à sua utilização. Temos sempre que fazer download de uma aplicação e por mais que haja apelo para tal, a resistência provocada pela inércia ou por vezes até por questões de espaço que a aplicação ocupa na memória do equipamento, acaba por não motivar suficientemente os utilizadores à ação. Para ultrapassá-lo é essencial criar sinergias entre o off e o online. Ou seja, temos que tirar partidos das peças de comunicação físicas (flyers, catálogos, etc) para comunicar não só que existe uma app de aplicação de realidade aumentada no evento mas sobretudo quais os benefícios para o utilizador. O que é que ele pode encontrar de único e exclusivo? É nisto que temos que pensar antecipadamente para garantir o sucesso do nosso investimento nesta tecnologia.
Em suma, a realidade aumentada pode estar na moda. Mas estar na moda não chega para justificar o investimento. Temos que definir um plano para que o resultado final do nosso investimento traga retorno para a marca e sobretudo acrescente valor à vida dos nossos clientes.
Este artigo foi redigido pela professora Carolina Afonso , que co-coordena o Curso Executivo "Leading Digital Strategy" e a Pós-graduação em Marketing Digital.
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