Leonor Leite Pinto é Marketing Manager Europe, na Bolttech, e foi aluna da Pós-Graduação em Prospetiva, Estratégia e Inovação. Em entrevista ao ISEG Executive Education, salientou a estrutura do programa, focada naquilo que serão as hard e soft skills necessárias para as profissões do futuro.
Em que fase da sua carreira estava quando decidiu realizar uma Pós-Graduação? Qual a sua motivação para a realizar?
Na altura em que decidi fazer a Pós-Graduação já estava numa posição “confortável” na minha carreira, tanto do ponto de vista mais prático (contratual), como de evolução e posição na empresa, e foi isso que me levou a realizá-la. Eu não via esse conforto como positivo. Sou da opinião de que quando estamos confortáveis numa certa altura da nossa carreira é porque já não estamos a aprender nada de novo, estamos somente em repetição de tarefas. Esse foi o grande catalisador que me levou a querer aprender mais, principalmente numa área que não é próxima da minha área de formação.
Uma Pós-Graduação, como a Pós-Graduação em Prospetiva, Estratégia e Inovação, é um programa estruturante, com duração aproximada de um ano. O que destaca no seu percurso enquanto aluna?
Tenho de confessar que quando me inscrevi não sabia bem ao que ia. Sim, tinha lido o programa e visto os conteúdos programáticos e, apesar de estar relativamente à vontade com os conceitos de Estratégia e Inovação, não fazia ideia do que era a Prospetiva. Lá fui, mesmo com medo, mas sempre com o espírito curioso. Ia cheia de modelos mentais pré-estabelecidos e estava convencida de que ia encontrar um ambiente mais “linear”, com grande foco na Gestão e Economia, mas aquilo que encontrei foi uma perfeita combinação entre áreas mais “racionais” e áreas mais “criativas”. Creio que a maneira como o curso está estruturado está alinhada com aquilo que serão as profissões do futuro, que já não assentam somente nas chamadas hard skills, mas também nas soft skills. Para mim, que vim do design e trabalho atualmente em Marketing, ver que as características “criativas” têm tanta ou mais importância que as “racionais” é sinal de que o próprio ensino também se está a adaptar às mudanças estruturais que vemos na nossa sociedade. Para mim, esta capacidade que a Pós-Graduação tem de misturar tão bem estes dois mundos (tanto através do programa como através dos docentes) é a grande mais-valia deste programa e creio que não existem muitos semelhantes em Portugal.
Qual o impacto imediato que a Pós-Graduação teve no seu percurso profissional?
Não sei se terá sido um impacto imediato, uma vez que na altura em que comecei a Pós-Graduação já tinha ideia de que, se calhar, estava na altura de fazer uma mudança. Creio que, nesse sentido, a Pós-Graduação ajudou a ter mais argumentos e know-how sobre temas que até à data apenas tinha absorvido ou tido contacto em contexto de trabalho (que é limitador, uma vez que estamos numa única empresa e que, naturalmente, tem métodos de trabalho específicos). No final de 2020, consegui fazer essa mudança profissional e, embora não exista uma relação direta entre a Pós-Graduação e essa mudança, creio que o facto de estar mais confortável e confiante com a dualidade soft/hard skills e de perceber que o pensamento criativo e divergente é uma mais-valia no contexto de trabalho atual (especialmente em empresas tecnológicas) foi essencial para ter feito esta transição, tanto de posição como de área de negócio.
Atravessamos um período desafiante e muito incerto, que, no entanto, também é gerador de oportunidades. Que ambições tem para o seu futuro profissional?
Além da ambição a curto prazo, que referi anteriormente, um dos meus grandes objetivos é tornar-me numa profissional com um perfil tão característico que dificilmente qualquer curso o conseguirá replicar. Dito assim, parece um objetivo altamente filosófico e dependente de inúmeros fatores (a maioria deles pessoais), mas para alguém que se formou em Design de Comunicação, que trabalha em Marketing há 5 anos, que se especializou em metodologias de Design Thinking, Identidade Corporativa, Estratégia de Packaging e agora, com a mais recente especialização em Prospetiva, Estratégia e Inovação, creio que estou no caminho certo para criar a minha identidade profissional, dentro dos temas que mais me motivam. O (meu) futuro profissional está dependente do mundo que nos rodeia e se já estava em processo de aceleração, o COVID só serviu para lhe dar combustível. A nós, profissionais, cabe-nos ser resilientes e ter capacidade de adaptação. E é isso que tenho tentado fazer ao longo destes anos.
Que importância dá à formação para alcançar esses objetivos?
Está intimamente ligada e, pegando na primeira questão, quando estamos confortáveis é porque não estamos a aprender. Se nos queremos adaptar às mudanças constantes que surgem à nossa volta, temos de manter sempre o espírito curioso, vontade de aprender e não ter medo de sair da zona de conforto. Obviamente que existem diversas maneiras de adquirir conhecimento, mas creio que a formação serve para validar informação que fomos descobrindo e/ou abrir o espírito para novas perspetivas e novas correntes de pensamento.
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